Pressão alta também é assunto de gente pequena
Engana-se quem acredita que a hipertensão é um problema que aparece só entre os adultos e idosos. Crianças e adolescentes também podem desenvolver essa doença, por isso, a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento contínuo são importantes.
Somente o médico pode diagnosticar a doença e orientar sobre o tratamento adequado. A partir dos 3 anos de idade, principalmente para as crianças com excesso de peso, já é necessário medir a pressão arterial. Claro, os valores normais para as crianças são diferentes dos adultos. O profissional de saúde precisa consultar uma tabela, pois os valores da pressão diferem por sexo e idade. Sem contar, que o aparelho é menor, adaptado para o tamanho do braço das crianças.
É preciso estar atento a sinais como tontura, falta de ar, palpitação, enjoos, dor de cabeça frequente, cansaço sem explicação, alteração na visão, pois podem indicar que a pressão está alta.
A causa do surgimento da pressão alta na infância pode estar relacionada a fatores primários ou secundários a outras doenças. Veja abaixo como pode acontecer na prática:
- Primária: não tem uma causa definida. Ocorre com mais frequência quando a família da criança tem história de hipertensão, com ou sem outros fatores de risco, como obesidade e sedentarismo. A questão da raça é outro fator que pode aumentar a chance de desenvolvimento da doença. Afrodescendentes têm mais riscos de ter problemas de pressão alta.
- Secundária: causada por doenças que aumentam a pressão sanguínea, como a obesidade, doenças renais e cardíacas.
Diversos estudos mostram que o baixo peso ao nascer é um fator de risco para a pressão alta. Um ponto positivo é que o aleitamento materno afasta a ameaça da pressão alta nos anos seguintes. E o mais importante, a amamentação se torna ainda mais importante para os filhos de hipertensos, por serem fortes candidatos a desenvolver o mesmo problema no futuro.
O fato é que para qualquer criança, a prevenção deve ser feita desde cedo. O controle do peso corporal, o adequado desenvolvimento e a construção de hábitos alimentares saudáveis devem acontecer ainda na infância.
O consumo de alimentos com baixa quantidade de sódio, a prática regular de atividade física e a medicação, quando necessária, são importantes e devem ser contínuas, não devendo ser abandonadas mesmo que os valores da pressão tenham sido normalizados.
Uma informação importante é que não é porque a pressão estava adequada quando criança que o indivíduo está livre de ter hipertensão quando for mais velho. O estilo de vida ao longo da juventude vai refletir nas chances de ter pressão alta e outras doenças do coração na vida adulta.